domingo, 27 de dezembro de 2009

História - Parte I - A gestação

Com oito semanas

Com doze semanas

Com quatorze semanas


Com dezenove semanas


Com vinte e tres semanas



E aos oito meses.

Existe coisa mais linda do que se estar gravida????

Engravidar, para mim, foi absolutamente mágico. Perceber o desenvolvimento de um ser humano dentro de mim foi, ao mesmo tempo, lindo e surreal. É muito estranho e engraçado sentir movimentos que não são seus dentro de seu corpo. O que era só seu passa a ser de duas pessoas. O meu corpo abrigava outro alguém! Sentir seu crescimento, seus movimentos, muitas vezes é estranho, apesar de ser muito gostoso. Mas, de certa forma, estou me adiantando no assunto. Acho que nunca "descobri" estar grávida pois engravidar foi um processo vivido intensamente desde o primeiro segundo. Me sentia pronta para receber essa nova vida mesmo antes dela vir, já pressentia sua chegada. Senti dentro da minha alma que estava gerando uma nova vida na manhã do dia 20 de fevereiro de 2008. Esperei até o dia 05 de março para fazer o exame de sangue, que deu indeterminado. Fiz uma surpresa ao Junior, que não acreditou que seria pai. Coloquei um vestido que havíamos comprado muito tempo antes para nossa filha dentro de uma linda caixa e, embaixo dele, o resultado do exame. Foi um dos momentos mais emocionantes de minha vida ver seu rosto surpreso ao ler no exame um recadinho da Valentina: "Papai, estou chegando". Foi a realização de um sonho. Aguardamos mais alguns dias e refizemos o exame de sangue mas desta vez não houve dúvidas, Valentina estava a caminho. Contamos a nossos pais, aos amigos queridos, a vontade era gritar ao mundo. Fizemos o primeiro ultrassom com oito semanas e já ouvimos aquela batida acelerada, choramos muito. Com doze semanas fizemos o segundo ultrassom com a medição da Translucência Nucal. Ali tudo começou. O médico verificou um aumento significativo nesse marcador e nos encaminhou para o obstetra mas não sem antes nos dar um "Boa sorte" com cara de tristeza. Meu mundo caiu, todos os piores diagnósticos vieram a minha cabeça, bendito Google!!! Não fui trabalhar pois só conseguia chorar. No dia seguinte, conversando com uma colega de trabalho, ela conseguiu um horário para fazer outro ultrassom, desta vez com um especialista em medicina fetal, o Dr. Affonso, médico muito conceituado. No dia marcado fomos, com o coração, estômago e vísceras nas mãos, para a contraprova, torcendo para um erro no primeiro exame. Depois de muito observar, medir, consultar, veio a confirmação: alteração na TN. Mas também foi explicado que nada era definitivo naquele momento, havia opção de realização de biópsia de vilo corial para o diagnóstico. Muitas eram as possibilidades, síndromes diversas, má formações, tudo ou absolutamente nada. Corri para um dos meus porto seguros, minha prima-irmã Ana Lúcia, que é médica e entende muito mais que eu de um monte de coisas. Ela me deu o que foi o melhor conselho que já recebi em toda a minha vida. Após conversarmos sobre tudo o que poderia acontecer com o meu bebê ela disse: "Pense muito bem no que vc vai fazer e se apegue à sua decisão sem pensar mais no que poderia ter sido se houvesse tomado o outro caminho. Se decidir fazer a biópsia, faça. Se não, não faça. Mas, de qualquer jeito, curta muito a sua gravidez pois é um período que passa muito rápido." Decidimos, então, não fazer a biópsia pois nada iria alterar a condição de nossa filha e muito menos o amor que já sentíamos por ela. Decidimos amá-la com todas as nossas forças enquanto estivesse conosco. Contamos ao meu pai tudo o que se passava mas decidimos não contar aos pais do Júnior, por já serem idosos não queríamos causar sofrimentos antecipados ou desnecessários. Continuamos fazendo o pré-natal normalmente, sem ter nenhuma alteração. Uma linda gravidez, tranquila e maravilhosa. Continuamos o acompanhamento com o Dr. Affonso, que nos informava do desenvolvimento e de possíveis alterações. Ao completar 35 semanas ele nos solicitou um ecocardiograma fetal, pois suspeitava desde o princípio de alguma alteração na formação do coração. Fizemos e foi confirmada uma Comunicação Intra Ventricular ou CIV, que era de moderada a grande. Ao levar o resultado deste exame ao obstetra ele indicou um cardiologista que atendia no mesmo hospital que estávamos e era excelente profissional. Como já estávamos lá fomos agendar uma consulta, mas conseguimos falar com ele no mesmo dia. Ele nos deu as instruções para o restante da gravidez e para o parto, que teria que ser obrigatoriamente uma cesárea por conta do CIV. Cercados dos cuidados que achamos necessários, nos preparamos para a chegada da Valentina. A esta altura, depois de muita procura, de muito stress, estávamos mudando de apartamento para podermos fazer um quartinho bem lindo para Valentina, nos jogamos de cabeça na decoração, que foi toda idealizada pelo papai. Dois dias antes dela nascer estávamos pintando o seu quartinho e o papai passou quase a noite toda colando o rodameio. Na semana que nos mudamos fizemos um chá de fralda para os amigos e familiares, já que no trabalho minhas amigas haviam feito um no meu aniversário, onde ganhei 26 pacotes de fraldas. No dia 10 de novembro entrei com a licença maternidade e fiquei só esperando a vontade da Valentina em vir ao mundo. Aguardávamos ansiosos por este momento. No geral, tive uma gravidez bastante tranquila, não tive enjoos graves, queda nem aumento de pressão arterial, nada de grave aconteceu comigo fisicamente. Claro que foi uma época de muita apreensão mas conseguimos manter o psicológico sob controle.

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