sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Eu não aguento mais médico!!!! (esse post é só meu)

Gente!! Eu vou desabafar!!! Tô estressada!!!! Não aguento mais médico, procurar médico, ouvir médico, entender médico, desculpar médico, tô cansada!!! Desde que a Valentina internou, em outubro do ano passado, que a nossa vida é correr atrás de médico e ouvir um monte de coisas. E todos eles acham que são a última bolacha do pacote, que são mais importantes do que os outros, que o deles é mais importante (com algumas exceções, lógico), mas eu tô quase pirando no meio desse monte de médico me puxando de um lado pro outro, isso quando a gente consegue encontrar algum que atenda, né? E melhor, que não faça cara de pânico quando a gente conta que é uma criança sindrômica, afff!!!! Já foram tantas emoções. Mas, como dizia Jack, vamos por partes. Antes da Valentina internar em outubro, ela teve uma anemia profunda e repentina, um dia estava bonitinha, rosadinha, e dias depois, tava parecendo um dos vampiros do Crepúsculo, branquinha de dar dó. Mas não tava perdendo sangue aparente nas fezes e fizemos o sangue oculto, que deu positivo. Rolou uma medida de emergencia para repor as hemoglobinas a curto prazo, reposição de ferro, feijão, fígado, suco de laranja após a refeição para ajudar na absorção e logo ela tava boazinha de novo. Dias depois teve uma crise alérgica forte e precisou ser internada pois a saturação despencou e não subia por nada. Enquanto lá esteve refez o ecocardio com o dr. Jorge Affiune, que mostrou um hipofluxo pro pulmão, sinal que a bandagem feita já está apertada. Conversamos com o dr. Maurício e ele nos disse que havia chegado a hora temida, da correção do coraçãozinho. Mas que não queria fazer naquele momento, queria que fossemos para casa, descolonizar e voltássemos em uma semana no máximo para a consulta que marcaria a cirurgia. Assim fizemos. Ele solicitou a realização de um cateterismo para analisar as condições do coração antes da cirurgia. Paralelamente a pediatra nos pediu que investigássemos a fundo o sangue oculto, marcamos então uma gastropediatra. E como Deus foi bom, encontramos uma médica maravilhosa, mais um anjo de branco em nossas vidas, a dra. Márcia, que já tem experiência com crianças sindrômicas e, olhando os exames de sangue feitos, sugeriu algumas possibilidades e pediu uma ecografia de abdomem total além de pesquisa de refluxo. Quanto ao refluxo tudo bem mas na eco detectou-se um problema: uma massinha dentro da vesícula, sugerindo duas pedrinhas juntinhas. Ela falou que não é incomum em sindrômicos, apesar de ser raro em crianças e solicitou a avaliação da cirurgiã pediátrica. Paralelamente estávamos investigando também a apnéia da Valentina. Começamos a perceber que ela fazia várias paradas durante a noite e só voltava a respirar quando mexíamos nela, ou virávamos de posição. Fomos a uma pneumologista também excelente, a dra. Alessandra, que apesar de haver me assustado com a possibilidade de, em um último recurso para uma suposta síndrome aspirativa cronica, fazer uma traqueostomia, também me passou bastante segurança. Ela solicitou uma avaliação do otorrino pois Valentina tem uma adenoide que poderia estar bagunçando o coreto. Conseguimos uma indicação da fono e da enfermeira e lá fomos, já preparados para mais um querendo meter a faca na Valentina. Já fui ciente que ele iria querer arrancar essa adenóide fora. Surpresa a minha quando, depois de avaliar, olhas os exames, ele disse que, nunca, jamais, em tempo algum, ele operaria uma criança com menos de tres anos, e que a Valentina tem uma adenóide sim, mas que não é tão importante pois durante toda a consulta ela respirou bonitinha pelo nariz e, se essa adenóide fosse tão grande assim, ela não conseguiria estar respirando como estava. Solicitou apenas a troca da medicação nasal e retorno em seis meses para nova avaliação. Ufa!!! Menos um. No meio dessa confusão de médicos Valentina fez o cateterismo com o dr. Maurício. Umas duas semanas para o convenio liberar o procedimento, no Incor aqui de Brasília e um dia, bem cedinho, levamos a pequena para o cat. Com o coração na mão mais uma vez entreguei minha jóia nas mãos de uma equipe médica. Mas, como Deus é maravilhoso, o procedimento foi mega rápido, pouco mais de uma hora e Valentina estava de volta do centro cirurgico, braba, nervosa, chorando muito por causa da entubação. Sua gargantinha estava doendo e ela chorava bastante e, quanto mais chorava mais doía. Só acalmou depois que dormiu um sonão e acordou Valentina de novo, feliz, alegre e sorridente, embora com raiva por causa da tala que colocaram em sua perninha, mas depois que tiraram tudo melhorou. Passamos uma noite no hospital e, no outro dia pela manhã o dr. Maurício veio, disse que estava como ele esperava, uma bandagem apertada, com gradiente alto mas com ótimo potencial para a cirurgia. Conversamos sobre as pedras da vesícula e ele disse que era para resolvermos isso primeiro, só depois dela recuperada é que vamos programar a correção do coração. Aí começou a minha briga para achar um cirurgião pediátrico que atendesse pelo meu convênio. Sentei vários dias em frente ao computador, abria um arquivo com a relação dos cirurgiões de Brasília e saía ligando, já que pelo convênio existe um, mas ele só faz cirurgias urológicas. Depois de ligar para Brasília inteira, já estressada até o último fio de cabelo, liguei para o convênio e pedi uma solução para o caso. Eu queria fazer a cirurgia com a médica que já havia feito outras mas ela só atende particular então pedi ao convenio para fazer com reembolso. Me falaram que não podia pois existia uma outra médica, em outro hospital, que atende, logo tínhamos que fazer com ela ou particular. Me enchi de coragem e encarei a consulta particular para fazer o orçamento da cirurgia. Quase tive um infarto: R$ 4.500,00!!!! E sem reembolso! Tive que me render à cirurgiã do convênio. Quase um mês depois a temida consulta com a médica que ninguém sabia quem era. Coração na mão e lá fomos nós. Surpresa, uma médica gracinha, que nos atendeu muito bem, examinou Valentina, viu seus exames e concordou com a cirurgia. Mas havia um problema, pelo convênio ela só opera em um determinado hospital, o qual não tem UTI Pediátrica e, na hora, ela já falou que nunca faria essa cirurgia em Valentina sem ter uma UTI por perto. Se fosse em outra criança, tudo bem, mas, devido às particularidades do caso da Valentina, jamais! Fiquei sem chão de novo. Liguei plano, contei o que havia acontecido e eles ficaram de me dar uma providencia. Voltamos à gastro e, após havermos feito vários exames de sangue, dieta alimentar e todos os exames de fezes dando positivo, ela sugeriu que, juntamente com a cirurgia de vesícula, fosse feita um exame do reto para ver se não existe uma fissura qualquer que esteja causando esse microssangramento. Duas semanas depois que falei com o convenio eles me autorizaram a fazer a cirurgia com a médica da Valentina e me reembolsariam depois, graças a Deus!!! Mas estávamos presos às decisões das médicas em relação ao sangue oculto. Além disso tudo a gastrostomia da Valentina está velha e precisa ser trocada, está vazando e, se não é o cuidado constante da Jô, que sempre limpa, coloca Dersani, quando começa a ficar inflamada a pediatra passou um corticoide para usar e nunca chegou a ferir mas ela está vazando o tempo todo e seria trocada na cirurgia da vesícula. Quando voltamos na cirurgiã para falar da programação da cirurgia ela disse que esse exame que a gastro pediu ela não faz, tem que ser feita por um proctologista, ela poderia fazer uma biópsia do finalzinho do reto, se fosse o caso. Nos indicou alguns para tentarmos programar tudo junto. Quando conversamos com a pediatra ela falou que já que iria fazer uma retossigmoidoscopia, que fizesse logo uma colonoscopia, que é mais completa, investiga logo todo o intestino e não apenas o reto. Beleza. Mais uma sedação, tudo bem. Aí ela me cobrou que, antes de tudo, fizéssemos também a investigação da apnéia. Aí voltamos à pneumologista, que brigou pq sumimos. Mas fez o pedido da polissonografia e indicou a clínica onde fazer, pois não é todo lugar que faz em crianças. E, como se não bastasse, Valentina ainda tá com um problema no braço esquerdo. Dependendo do movimento que faz, dá um estalo tão alto, que me assuta. Logo fomos ao ortopedista!!!! Tentei um ortopedista pediátrico mas ninguém conhecia nenhum, liguei na clínica onde sempre vou e disseram que qualquer médico poderia atender minha filha. Marquei com um deles e fui. Assim que entramos já vimos a cara de desagrado do médico por ser uma criança e, quanto mais íamos contando da Valentina mais ele ia se assustando, aquela clássica cara de "Oh, my God!" que eu tenho pânico quando vejo, tenho vontade de pegar Valentina e sair correndo. Mas deixei ele examinar, pediu um raio X e..... não disse nada que prestasse. Falou que não tinha muita experiência com crianças, que poderia ser um problema ortopédico mas também podia ser uma má formação por causa da síndrome (desculpa clássica quando não sabem de nada), cara, saí de lá com tanta raiva!!! De ter perdido meu tempo, de ter exposto minha filha a um tapado daqueles, de tantas vezes que isso acontece, sei lá!!! Mas, como ando muito preocupada com isso, pedi a Deus que nos ajudasse e fui atrás de um ortopedista pediátrico, mas dessa vez com afinco, liguei num monte de clínicas e descobri um. E Ele nunca me decepciona. O médico era um senhor, já com experiência, descobriu que o problema na Valentina não é no ombro, é na escápula, na parte de tras, nas costas mesmo. Ela está com a musculatura frouxa e está causando essa lesão, que não tem o que fazer a não ser acompanhar. Então onde estamos agora? Procurando um proctologista para fazer a colonoscopia. Esperando a clínica confirmar a polissonografia. Despois disso feito, vamos fazer a cirurgia para retirada da vesícula e depois a correção do coração. É muita coisa. Desculpem pois esse post saiu absurdamente maior do que eu esperava.
Bjs
Fiquem com Deus

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Fisioterapia

Desde que nasceu Valentina vem sendo acompanhada por diversos fisioterapeutas. Enquando Valentina esteve nas UTIs o foco era cuidar do seu sistema respiratório pois devido à sua cardiopatia e à bandagem ela ficou um pouco debilitada, mas sempre nos preocupamos muito com a questão motora. Quando ela era bem pequenininha percebemos que suas mãos não se abriam, ficavam naquela posição bem característica da síndrome, e pedimos às fisios que fizessem alongamentos. Quando Valentina foi transferida para a UTI Pediátrica e seu estado geral melhorou elas nos orientaram a fazer um chumacinho com gaze e colocar dentro da mão da Valentina para ir acostumando a abrir. Fazíamos isso todos os dias. Papai ficou especialista em fazer os rolinhos para aquelas mãozinhas tão pequenininhas, passava micropore com todo carinho para não sairem do lugar e ela passava algumas horas por dia com aquilo nas mãos. Pensamos em fazer uma órtese mas ela era tão pequenininha que seria muito difícil ainda. Devido ao seu quadro delicado a fisio motora era sempre em segundo plano, se desse era feita, se não, ficava para lá, afinal de contas, a prioridade dentro da UTI é a sobrevivência o resto é resto. Na mesma época percebemos que Valentina não levava as mãozinhas para pegar nada, ficava sempre muito quietinha, compramos um móbile para tentar estimular seu campo visual e ver se ela se interessava em tentar pegar as bonequinhas. Eu pegava a mãozinha dela e ficava batendo mas ela sozinha não dava conta. Aprendemos também a fazer um rolão com cobertor para colocar em volta dela, para estimular a ficar sentadinha mas dava uma dó pois a cabecinha não segurava quieta. Mas devagarzinho ela foi melhorando. Agradeço demais aos fisios da UTI que deram muitas idéias maravilhosas e que deram o pontapé inicial para a evolução motora da Valentina. Agradeço às tias Flávia, Mari, Grazi, Cris, Lu e ao tio Elton que tiveram todo carinho do mundo com minha pequena durante sua internação e até hoje mantenho contato com alguns. Dessa época só tenho uma foto com o tio Elton, que era o que fazia as maiores loucuras com Valentina e ela adorava!




Depois que viemos para casa Valentina conseguiu outro fisio fantástico, o tio Rômulo, que fez progressos maravilhosos com ela. Nunca mais eu ouvi Valentina reclamar na fisioterapia como ela reclamava quando era com o tio Rômulo. Mas ao mesmo tempo se abria toda quando escutava a voz dele. Foi o tio Rômulo que ensinou Valentina a se apoiar para não cair para os lados, ele que estimulou para sentar, que fez um monte de coisas que agora estão dando resultados. Muito obrigada, tio Rômulo, sentimos muito a sua falta.



Valentina sempre foi acompanhada por ótimos profissionais, tanto aqui em casa quanto em suas internações. Quando ela teve que ser internada em um hospital diferente do que estávamos acostumados no ano passado ficamos muito apreensivos mas tivemos a grata surpresa de reencontrar profissionais que já haviam atendido Valentina antes e conhecermos novos, também excelentes.


Hoje o trabalho feito na Valentina é primordialmente motor, se ela estiver hiper bem. Quando não está focamos no respiratório com um pouquinho de motor. Se ela estiver muito bem, fazemos o respiratório e mais motor. Tentamos não descuidar nem de um nem do outro. Nesses dois anos de vida da Valentina conseguimos um avanço maravilhoso. Hoje ela fica sentada sozinha, tem um bom controle de tronco, e com o trabalho pesado das fisios está conseguindo ficar em pé com ajuda. Ela adora quando está em pé, acho que muda seu campo de visão e ela ri muito. Abaixo fotos dela com as tias Rafaela, Priscila e Patrícia, que a atendem em casa. Mas quero agradecer também às tias Anne, Samara, Ludmila, Renata, Patrícia, tio Hugo, que passaram ou passam aqui em casa nos plantões da vida. Bjs a todos





E este é o resultado, quando está inspirada, de boa vontade, fica em pé sozinha, com um pouquinho de ajuda.


terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Sofia foi para casa!!!!!

Gente, Deus é mesmo maravilhoso, né???? Ele nos dá tantas provas de amor que é absolutamente impossível não acreditar nesse Pai fantástico. Hoje é um dia de muita felicidade para mim e para minha família. Já a alguns dias (leia-se mais de um mês) que estávamos na expectativa da ida da Sofia para casa. Eu sempre pedindo a Deus que realizasse mais esse milagre na vida de todos nós e ele me dizendo: calma, que a hora certa vai chegar. Hoje cedo acordo com um recado da minha querida Simone que dizia: é hoje!!! Eu saí vibrando pela casa, acordei o Jr, chamei a Jô, todo mundo que veio aqui atender Valentina ficou sabendo da notícia e vibrou junto comigo. Ainda não liguei para ela pois sei que esses primeiros dias em casa são meio conturbados, até as coisas se acalmarem vai levar um tempo, mas não podia deixar de falar aqui da felicidade que estou sentindo em saber que, depois de um ano e dois meses de internação a Sofia finalmente tá indo para onde sempre deveria ter estado, em casa com sua família. Postei umas fotinhas do aniversário de um aninho da fofa, onde Valentina foi carinhosamente convidada e que não faltaria por nada nesse mundo. Milhões de beijos nessa família linda que eu amo com todo o meu coração. Sofia, titia ama vc demais.!!!! Milagrinho de Deus.


A festa bombando e Sofia só dormindo...

Valentina curiosa!!! Quis dar um cheirinho na Sofis

Papais felizes e nossos milagrinhos

História - Parte VII - A vida na UTI Pediátrica

A primeira noite de UTIP foi o caos total! Não sei se Valentina estava acostumada com a agitação da UTIN, onde existem 13 leitos, com seus monitores e bombas, que apitam, com seus médicos e enfermeiros e técnicos, fazendo barulho o tempo todo e, de repente foi transferida para um quarto privativo, onde estávamos somente nós duas e o silêncio imperava. Só ouvia a minha voz. Como ela ainda estava no Hood não podia pegá-la no colo, o máximo que fazia era conversar, e acariciar. Passamos praticamente a noite toda desse jeito, ela chorando compulsivamente e eu tentando acalmá-la, cantei musiquinhas, conversei, expliquei que dali em diante iríamos ficar juntas. Depois de muito choro e muita conversa, se acalmou e dormiu. No dia seguinte, logo de manhã cedo já trocaram a encubadora fechada por um berço aquecido porém aberto, já que a Valentina não mais necessitava ficar dentro da encubadora, que já estava ficando desligada a um bom tempo para não superaquecer seu corpinho. No outro dia, na hora do banho, a técnica verificou que ela aguentou bem ficar fora do Hood e pediu autorização ao médico de plantão para fazermos uma experiência de deixar a Valentina ficar somente com o cateter de O2 próximo ao seu rosto. Ela foi uma lady e aguentou muito bem, se livrando de vez do Hood. Neste mesmo dia enquanto o papai ficava com a Valentina para que eu pudesse ir em casa, tomar um banho, dormir um pouco, novas mudanças nos aguardavam. Quando voltei haviam autorizado o uso de roupinhas e ela estava lindamente vestida com o macacãozinho que havíamos levado para a vó Anália fazer sua oração. Taí a fotinha abaixo para todos verem que não estou mentido, rs...



Outra coisa que também mudou na nossa nova vida de UTIP foi o leite. Na UTIN as mães eram incentivadas a fazer a retirada do leite materno o máximo de vezes possível para poder dar aos bebês. Como a Valentina nunca mamou, ordenhar para mim era um martírio. Eu perdia às vezes uma hora do horário de visita dentro do lactário, tentando tirar míseros 30, 40 ml de leitinho para ela. Ao fim de tres meses meus seios estavam cheios de manchas roxas, pois nunca me adaptei com bombinhas e fazia a ordenha na mão. Além disso ainda tirava mais duas ou tres vezes aqui em casa e levava para o banco de leite. Em resumo, na UTIN, o bebês eram alimentados com leite materno provenientes das mães ou de doações. Já na UTIP o procedimento era outro, eu podia ordenhar, se fosse minha vontade, mas, como as doações de leite materno são poucas, são exclusivas para as crianças da UTIN e as da UTIP tomam leite artificial mesmo. Logicamente que minha vontade era que Valentina tivesse mamado, e não precisasse de LA, mas se era para ser assim, que fosse, o que se revelou uma boa coisa, pois ela em poucos dias engordou bastante. Eu ainda tirava meu leite duas ou tres vezes ao dia mas, como era muito penoso para mim, fui deixando gradativamente até secar de vez. Abaixo uma fotinha da carinha gordinha dela.



Um belo dia, em que fui dormir em casa, cheguei no hospital e estava o maior bafafá, todo mundo elogiando o Jr, dizendo que é um paizão pois tinha dado o seu primeiro banho. O danado foi mais rápido que eu, acreditam? Incentivado pelas técnicas e pela médica de plantão, que inclusive filmou a cena, foi sendo instruído e deu um banho bem direitinho na Valentina, lavou orelinha, cabelos, partes pudentas, não deixou entrar água no ouvido, fez tudo como manda o figurino e ganhou nota 10!
Outra coisa maravilhosa na UTIP era o horário de visitas. Todos os dias, por uma hora, podíamos receber duas pessoas, independentemente de quem fossem, parentes, amigos, e muitas pessoas foram conhecer Valentina desse jeito, passando um tempinho rapidinho conosco lá no hospital. Abaixo fotinhas como os meus pais, com a minha prima-irmã-madrinha-comadre Ana e mais uma da Valentina toda linda, esperando visita, com uma roupinha que a Ana deu e que ela ficava a coisinha mais linda da face da Terra.






Bom, o tempo foi passando, Valentina se recuperando de suas infecções, ficou boa das bactérias, fez o tratamento do fungo e nada mais nos prendia ali. Nesta época se cogitou fazer a cirurgia de gastrostomia mas, como a forma abordada foi das piores possíveis, uma das médicas disse que, se dentro de uma semana a Valentina não comesse ela ia fazer a gastro de qualquer jeito, a fono me deu essa notícia e eu embirrei e disse que não, que não ia deixar e pronto. Eu já não tinha uma boa impressão da gastrostomia, tudo que eu procurava na internte era hororroso e ainda tinha a esperança de, com o passar do tempo, mesmo com a sonda naso, Valentina se acostumar a comer comidinhas mais pastosas e não ser necessário fazer esse procedimento. Foi imaturidade minha, turrice mesmo. Como me arrependo hoje! Valentina passou por uma pneumonia depois e tenho certeza que foi por broncoaspiração, apesar de nunca ninguem me afirmar isso, mas meu coração de mãe me diz. Enfim, nessa época a psicóloga do hospital já havia me informado da possibilidade de virmos para casa com Home Care, que eu não tinha a menor idéia do que vinha a ser, a nossa vontade era pegar Valentina e sair correndo de lá para casa o quanto antes mas sabíamos que ela iria precisar de muitos cuidados especiais. Nos informamos junto ao convênio e demos entrada no pedido. A esta altura do campeonato Valentina estava ótima, já não precisava mais ficar na UTI, não tinha mais nenhuma infecção, haviam tirado seu acesso central, respirava ar ambiente, e fomos informado que seríamos transferidos para o quarto enquanto o plano de saúde liberava o Home Care e, menos de um mês após termos sido transferidos para a UTIP para termos "convívio familiar", estávamos quase a caminho de casa, com nossa filha recuperada de uma septicemia.










segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

História - Parte VI - A mão de Deus


A visita no hospital era feita duas vezes ao dia, passávamos apenas algumas horas ao seu lado, mas todos os momentos possíveis estávamos lá. Não faltávamos nenhum dia, tiveram dias em que fomos expulsos pela equipe médica pois dava a hora de ir embora e nós não íamos. Nossa vida era totalmente em função do horário de visitas do hospital, dormíamos, comíamos, respirávamos, pensando no momento de podermos estar com a Valentina. Foi um período extremamente difícil pois ao mesmo tempo em que queríamos estar ao lado dela também tínhamos muito medo da hora de entrar na UTIN e saber das novidades do dia, pois a sua saúde só piorava. Eu vivia anestesiada, tentando não pensar no que estava acontecendo, chegava em casa e mergulhava em meus livros, lia compulsivamente, tentando distrair a mente. O Jr andava de bicicleta. Pegava sua bike e saía por aí. Um dia recebemos um boletim médico particularmente desanimador. Valentina estava com fungo, bactéria, um monte de drogas e não reagia como esperado. Estava com muita dificuldade em respirar mas a equipe não queria entubá-la pois tinham medo de não conseguirem extubar novamente. Saímos arrasados, viemos para casa, o Jr pegou sua bike e disse que ia dar uma volta. Me perguntou se eu o buscaria se fosse longe demais, eu disse que sim e ele foi. Cerca de quatro horas depois, eu já morta de preocupação, ligo para saber onde ele estava e ele me diz que estava lanchando com o irmão. Detalhe: do outro lado de Brasília. Tinha andado aproximadamente 20 quilometros de bicicleta até o hospital, sentado em frente, chorado horrores, depois havia ligado pro irmão, andou mais uns 10 quilometros, se encontraram e ele foi instruir o irmão a, se acontecesse o pior naqueles dias, ele estivesse preparado a organizar os ritos finais da Valentina. Me pediu para buscá-lo pois não aguentaria voltar para casa depois de percorrer aproximadamente 30 quilometros. Foi então que Deus agiu. No dia seguinte, um domingo, a prima do Jr, Adriana, ligou para ter notícias e conversamos com ela sobre o estado, que não estava nada bom. Ela já vinha falando a um tempo sobre a avó do seu marido, a vó Anália, que faz orações poderosas e pediu que entrássemos em contato. Ligamos e marcamos com ela de a visitarmos no dia seguinte, após as visitas. Chegamos pela manhã e as notícias desanimadoras, Valentina não conseguia sair do Cpap, agitada, tendo que ser sedada para se acalmar. Após a visista da tarde fomos para a casa da vó, ela havia pedido que levássemos uma roupinha da Valentina para poder fazer uma oração sobre a roupa e que colocássemos nela depois. Foi um momento muito forte, de muita fé e esperança. Ela pediu que colocássemos a roupinha sobre a Valentina, fizessemos uma oração pedindo sua recuperação e aguardássemos pois a resposta de Deus chegaria mais cedo que imaginávamos. Chegamos para a visita ansiosos e apreensivos pois não é permitido levar roupas de casa. Fizemos um pequeno contrabando e, quando os médicos estavam ocupados, fizemos o que a vó havia pedido. Pedimos com muita fé que nossa filha se recuperasse. Saimos para almoçar e, logo ao voltar já tivemos uma grande surpresa. A primeira hora de visita é reservada para a mãe pois também é horário de amamentação e os pais não podem entrar. Então eu entrei, olhei e voltei voando dar a notícia pro Jr. Valentina havia saído do CPAP e estava no Hood!!!! Era uma grande vitória. Quando o Jr entrou quase não acreditou no que estava vendo, ficamos pasmos. Passados alguns minutos a médica de plantão disse que gostaria de conversar em particular conosco. Pensamos um monte de besteira e fomos, pedindo a Deus que não fosse nada grave. Mas era uma ótima notícia. Valentina já estava com quase tres meses de idade, ficando grande para viver na encubadora, e estava surgindo uma vaga na UTI pediátrica, onde teríamos que estar ao seu lado 24 horas por dia, cuidar dela. Nas palavras da médica, estavam nos dando uma oportunidade de convívio familiar, devido ao quadro delicado da Valentina naquele momento. Os médicos achavam que estavam nos dando os últimos momentos ao seu lado mas na verdade estavam nos dando a oportunidade de começar a nossa vida em família. Disse que ainda iria demorar alguns dias pois dependiam da remoção da criança que ocupava o leito. Mas demos o OK e, após a visita fomos para casa, com o coração aos pulos diante dessa novidade em nossas vidas. Pouco tempo após chegarmos em casa o telefone tocou, era do hospital, perguntando se poderíamos ir para lá naquele momento pois o leito havia vagado e estavam programando a transferencia para aquela mesma noite. Só deu tempo de arrumar algumas coisinhas para levar e saimos correndo. Esperamos um pouquinho e ela foi transferida para o isolamento da UTI Pediátrica, que é praticamente uma suíte presidencial, rs... Nos passaram as regras da nova casa, o papai foi embora e ficamos só nós duas e, pela primeria vez, pude estar ao lado da minha filha sem ficar olhando o relógio, preocupada com a hora de ir embora. Às vezes pedimos a Deus que faça determinada coisa em nossas vidas mas somos impacientes, queremos no nosso tempo. Acho que aprendi que o tempo da Terra, dos homens, não é o tempo de Deus. Estamos aqui para aprender e, quando Ele julgar o momento certo vai nos dar o que julgar certo nos dar. Aprendi a confiar n'Ele, a ter fé em um pai de amor, que quer o melhor para seus filhos, mas que não os poupa dos tropeços do caminho no intuito de ensinar alguma lição, como todo pai amoroso faz. E Ele é um Pai de amor, de muito amor.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Valentina no dentista

Outro dia aproveitamos uma ida à gastro e fomos também à dentista, dra Valquíria, um docinho de pessoa, cujo consultório fica no mesmo prédio. Fomos somente para marcar a consulta semestral mas como já estávamos lá e ela não ia atender ninguém, nos atendeu na hora. Se espantou com o tamanhão da Valentina, como ela cresceu nesses meses em que não a viu. Fez uma limpeza, passou fluor, elogiou os dentinhos lindos. Valentina ficou tão comportadinha, deitadinha no colo da Jô e da dra., e a mamãe tirando fotos, hehehe. Abaixo as fotinhas para vcs verem como ela tá lindinha.


Chegada no consultório e a Dra. ensinando Valentina a escovar os dentinhos


Antes do atendimento, brincando um pouquinho

Fazendo a limpeza

Ainda limpando

Passando fio dental

Passando fluor