domingo, 3 de janeiro de 2010

História - Parte III - O parto






Um dia que começou de forma tranquila mas que mudou o resto de nossas vidas. Assim foi 12/11/208. Acordamos cedo para a consulta semanal com o Dr. Fábio, o obstetra. Eu não estava sentindo nada de diferente mas olho de médico é outra coisa. Logo ele percebeu que eu estava com contrações. Eu já tava acostumada com contrações, no fim da gravidez a gente sempre tem um monte, nem tava preocupada pois não estava doendo mas ele resolveu verificar o espaço entre elas, em dez minutos tive três e ele falou que eu já estava entrando em trabalho de parto. Como íamos fazer cesárea mesmo não tinha motivo para esperar o trabalho de parto adiantar mais e já saí do consultório com a guia de internação e horário marcado para as duas da tarde. Fomos dar entrada na internação e eu não tinha levado nada!!! Saimos de casa para uma consulta e não para o parto! Perguntei ao recepcionista quanto tempo para a liberação do convênio e ele informou que era mais ou menos quarenta minutos, voamos para casa pegar as malas e avisar a quem deveria ser avisado. O Júnior ficou hiper nervoso, não parava de andar de um lado para o outro e eu, calmíssima, arrumando as roupas para nossa estada no hospital. Voltamos e ainda nada do convênio liberar, fiquei na recepção do hospital enquanto o Júnior ia almoçar e encontrei o primo dele, o Anderson. Conversamos e ele ficou mais nervoso que eu quando soube que ia parir naquele dia. Depois de muita espera o convênio liberou, o hospital preparou o quarto e subimos. Já estava em cima da hora marcada. Logo apareceu uma enfermeira que me pediu para trocar de roupa e me colocou na maca para irmos ao Centro Obstétrico. Ainda fiquei um tempo esperando os médicos chegarem para começarmos os trabalhos. Quando foi para dar a anestesia sofri um pouquinho pois o médico não acertava de jeito nenhum, me picou umas seis ou sete vezes até que a dra Raquel, que acompanhava o parto, pediu para trocar um pouco de posição e deu certo. Deitei e fiquei conversando com o Júnior, dizendo que tava sentindo a minha perna, que a anestesia não tava fazendo efeito e ele rindo de mim, pois a essa altura a Valentina já tava quase nascendo. Passado alguns minutos o dr. Fábio me disse para segurar a barra pois eu estava com muito líquido amniótico e ia ser um pouco mais difícil, já que ela era muito pequena e iam fazer pressão para empurrá-la para baixo. A assistente começou a apertar a minha barriga para baixo e o dr teve que ir buscar Valentina lá dentro já que ela não queria sair. Foram alguns segundos e ele disse pro Junior ir tirar fotos que ela tava nascendo. Não esqueço a dra. Raquel dizendo que ela era um toquinha, o que foi particularmente estranho e engraçado pois o apelido do Junior quando era criança era Toco. Eu só ví o Junior levantando e saindo correndo atrás da cria, brinquei com o dr. Fábio dizendo que tinha acabado de ganhar uma filha e perdido o marido. Mais alguns segundos e ouvi o seu choro forte pela primeira vez, ela estava sendo avaliada pelo pediatra. Nesta avaliação o pediatra avisou ao Júnior que ela tinha quatro estigmas: o CIV, implantação baixa das orelhas, fenda única na mão e a posição dos mamilos um pouco mais baixa e separada. Disse que ela não tinha síndrome de Down mas que seriam necessários outros exames para um diagnóstico. O Júnior voltou com os olhos brilhando, dizendo que ela era linda, pequenininha e bem brabinha. Mais um pouquinho e a enfermeira a trouxe para eu ver, que coisa mais linda! Conversei um pouquinho com ela, dei beijinhos e a levaram para a encubadora. Depois de terminada a cirurgia fui para a sala de recuperação esperar a anestesia passar. Dormi e, quando acordei, já era hora de irmos pro quarto. No começo da noite ligamos na UTI Neonatal para ter notícias e disseram que ela estava bem. Como só poderíamos vê-la no dia seguinte, no horário de visitas, nos concentramos em minha recuperação com bastante descanso para nós dois, que estávamos muito cansados.

Um comentário:

  1. Cara Alessandra,quanta garra,coragem,determinação,amor.Deus na sua infinita bondade te abençoe todos os dias e te dê forças pra continuar fazendo sua princesinha feliz.Deus dê muita saúde e ilumine sua filha,vc e sua família, para que vocês continuem sempre empenhados,confiantes e determinantes para que dias cada vez melhores sujam em suas vidas.Também sou mãe de uma Valentina.Tão linda como a sua!!Parabéns!!!

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